quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Praia do Esquecimento



Fujo da sombra; cerro os olhos: não há nada.
A minha vida nem consente
rumor de gente
na praia desolada.

Apenas decisão de esquecimento:
mas só neste momento eu a descubro
como a um fruto rubro
de que, sem já sabê-lo, me sustento.

E do Sol amarelo que há no céu
somente sei que me queimou a pele.
Juro: nem dei por ele
quando nasceu.

David Mourão-Ferreira, in "Tempestade de Verão"


4 comentários:

Anónimo disse...

Quando o Sol nasceu dormias que nem uma santa.Estive a reu lado e não me viste!

Maria Fernanda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
y disse...

«E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos»

David Mourão Ferreira

Anónimo disse...

Tão romantica