quinta-feira, 4 de novembro de 2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

domingo, 17 de outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Olá!

Já consegui acesso ao Ilhas do Mar2
Até breve.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

sexta-feira, 16 de julho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Carta para Josefa, minha Avó (de Saramago)]‏


Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo – e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água. Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira – sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz.
Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha.
Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste a lembrança, grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja. (Contaste-me tu, ou terei sonhado que o contavas?) Transportas contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém.
Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, umas coisas que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrijada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos – e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti – e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava.
Não teremos realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas – e isso ainda é pior. Mas porquê, avó, porque te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: “O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!”.
É isto que eu não entendo – mas a culpa não é tua.
José Saramago

sábado, 19 de junho de 2010

Aprendamos, Amor

Aprendamos, amor, com estes montes
Que, tão longe do mar, sabem o jeito
De banhar no azul dos horizontes.

Façamos o que é certo e de direito:
Dos desejos ocultos outras fontes
E desçamos ao mar do nosso leito.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

sexta-feira, 11 de junho de 2010

domingo, 6 de junho de 2010

Bate-me na "alma"


O serão foi de fados. Um dos fadistas cantou fado de Coimbra...
A nostalgia dos tempos idos que perdura no meu intimo e a saudade de muitos desses momentos e dos amigos, continua muito presente em mim.

No passado mês de Abril, aquando de uma passagem rápida pela "lusa Atenas" um desses amigos ofereceu-me um livro "Coimbra Vista do céu" com a seguinte dedicatória.
Estas vistas aéreas são de uma outra Coimbra, mais moderna, mas talvez menos humana daquela que conheceste calcorreando as ruelas do Beco da Anarda, a Rua da Matemática, até à Faculdade, Praça da República, Quebra Costas e Baixinha, nos idos anos setenta.
Aqui foste mãe, e cresceste com tempos de alegria e tristezas....

Obrigada Zé
Um beijo amigo

Bate-me na "alma"

segunda-feira, 31 de maio de 2010

domingo, 30 de maio de 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Bóiam farrapos de sombra


Bóiam farrapos de sombra
Em torno ao que não sei ser.
É todo um céu que se escombra
Sem me o deixar entrever.

O mistério das alturas
Desfaz-se em ritmos sem forma
Nas desregradas negruras
Com que o ar se treva torna.

Mas em tudo isto, que faz
O universo um ser desfeito,
Guardei, como a minha paz,
A 'sp'rança, que a dor me traz,
Apertada contra o peito.

Fernando Pessoa

terça-feira, 18 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ópio para o povo


Os Romanos davam pão e circo

domingo, 25 de abril de 2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Hey Jude

Ando muito ocupada, voltarei breve.
beijinhos


domingo, 21 de março de 2010

Porque é o dia Mundial da Poesia e porque começou a Primavera

A FONTE
Com voz nascente a fonte nos convida
A renascermos incessantemente
Na luz do antigo sol nu e recente
E no sussurro da noite primitiva.
Sophia de Mello Breyner


GLÓRIA
Depois do Inverno, morte figurada,
A primavera, uma assunção de flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores.
Miguel Torga



Olhos postos na terra, tu virás
no ritmo da própria primavera,
e como as flores e os animais
abrirás as mãos de quem te espera.
Eugénio de Andrade



Das QUADRAS AO GOSTO POPULAR
i
Tome lá, minha menina,
O ramalhete que fiz.
Cada flor é pequenina,
Mas tudo junto é feliz.
ii
Teu vestido, porque é teu,
Não é de cetim nem chita.
É de sermos tu e eu
e de tu seres bonita.
iii
Andorinha que vais alta,
Porque não me vens trazer
Qualquer coisa que me falta
E que te não sei dizer?
iv
Água que passa e canta
É água que faz dormir...
Sonhar é coisa que encanta,
Pensar é já não sentir.
Fernando Pessoa

domingo, 14 de março de 2010

Largo de D. Luís I





Finalmente! Começaram as obras de restauro do Largo de D.Luís I, vulgo Largo do Relógio. Penso que haverá alguma preocupação e sensibilidade em mostrar algumas das suas funções do passado que estavam cobertas com cimento.
Queremos turismo ? Então, temos de mostrar e partilhar o nosso passado e o nosso presente.
Que as flores e as crianças voltem ao Largo do Relógio.

sábado, 13 de março de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher

Dia Internacional da Mulher



PORQUÊ O DIA 8 DE MARÇO


Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.



O QUE SE PRETENDE COM A CELEBRAÇÃO DESTE DIA

Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher.



MARCOS DE UM PERCURSO

EM PORTUGAL NO MUNDO

1691 -Estados Unidos
As mulheres votam no Estado do Massachussetts. Perdem este direito em 1789.

1788 - França
Condorcet, filósofo e homem político francês, reclama para as mulheres o direito à educação, à participação na vida política e ao acesso ao emprego.


1792 - Reino Unido
Mary Wollstpnecraft pioneira da acção feminista, publica uma vindicta das Mulheres.



1822 - Primeira Constituição Liberal. Tanto esta Constituição como as seguintes afirmam. que a lei é igual para todos, sem referência especial às mulheres. 1840 - Estados Unidos
Lucrécia Mott lança as bases de Equal Rights Association pedindo a igualdade de direitos para as mulheres e para os negros.

1857 - Estados Unidos
No dia 8 de Março, em Nova Iorque, greve das opcrárias têxteis para obter a igualdade de salários e a redução das horas dc trabalho, para 10 horas por dia.

1859 - Rússia
Aparecimento de um movimento feminino em St. Pctersburgo para a emancipação da mulher.

1862 - Suécia
As mulheres votam nas eleições municipais.

1865 - Alemanha
Louise Otto funda a Associação Geral das Mulheres AIemãs.

1866 - Reino Unido
John Stuart MIII, filósofo e economista inglês, reclama o direito de voto para as mulheres.

1868 - Reino Unido
Criação da Sociedade Nacional para o Sufrágio Feminino.

1869 - Estados Unidos
Nascimento da Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres. O estado dc Wyoming concede o direito de voto às mulheres para atingir o número de eleitores necessário para entrar na União.

1870 - França e Suécia
As mulheres têm acesso aos estudos médicos. - Turquia
Inauguração de urna Escola Normal destinada a formar professoras para as escolas prirnárias e secundárias para raparigas.

1874 - Japão
Abertura da primeira Escola Normal para raparigas.

1878 - Rússia
Abertura da primeira Universidade feminina em St. Petersburgo.

1882 -. Estados Unidos
Susan B. Anthony funda o Conselho Nacional de Mulheres, tendo como patrono Victor Hugo; o célebre escritor era então um dos chefes do Partido Republicano.

1893 - Nova Zelândia
Concedido o direito de voto às mulheres.

1901.- França
O deputado socialista René Viviani, sustenta pela primeira vez um debate sobre o direito de voto das mulheres.



Fonte

89º Aniversário do PCP

O Partido mais antigo de Portugal

Passa por aqui

domingo, 7 de março de 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Aniversário de António Vivaldi



Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 4 de março de 1678 — Viena, 28 de julho de 1741) foi um compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Tinha a alcunha de il prete rosso ("o padre vermelho") por ser um sacerdote de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor da série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni ("As Quatro Estações")
Wikipédia

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Não são precisas palavras




Sexta feira amanheceu assim

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Agora Mesmo


Está gente a morrer agora mesmo em qualquer lado
Está gente a morrer e nós também

Está gente a despedir-se sem saber que para
Sempre
Este som já passou Este gesto também
Ninguém se banha duas vezes no mesmo instante
Tu próprio te despedes de ti próprio
Não és o mesmo que escreveu o verso atrás
Já estás diferente neste verso e vais com ele

Os amantes agarram-se desesperadamente
Eis como se beijam e mordem e por vezes choram
Mais do que ninguém eles sabem que estão a
[despedir-se

A Terra gira e nós também A Terra morre e nós
Também
Não é possível parar o turbilhão
Há um ciclone invisível em cada instante
Os pássaros voam sobre a própria despedida
As folhas vão-se e nós
Também
Não é vento É movimento fluir do tempo amor e morte
Agora mesmo e para todo o sempre
Amen

Manuel Alegre, in "Chegar Aqui"

sábado, 6 de fevereiro de 2010

As noticias que a comunicação social não dá!!!

"Temos 40% de pobres"

III Congresso Nacional de Economistas




O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou hoje a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"

Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".

"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforma e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.

"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir.... algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.

O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".

No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".

Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável! Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".

Canadá 2010 - Encontro de Culturas - Cidadania e Ambiente

ENTRE A EUROPA E A AMÉRICA



Escola Secundária Manuel de Arriaga 2008/2010


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

CANADÁ 2010 - Cidadania e Ambiente

Somos um grupo de nove alunos do 11º ano, turma F e de dois professores de Geografia, da Escola Secundária Manuel de Arriaga, cidade da Horta, ilha do Faial, Açores, que gostariam de visitar Toronto na primeira quinzena de Setembro de 2010.
Temos um projecto aprovado pelo Conselho Pedagógico da nossa Escola.
Precisamos em Toronto de apoio de associações, instituições ou particulares que nos recebam na nossa visita por Terras da Diáspora.

Agradecendo desde já a vossa disponibilidade e atenção, aguardamos com ansiedade a vossa resposta para
mf_silva1@hotmail.com

Com os melhores cumprimentos

A Professora

Maria Fernanda Serpa Silva

domingo, 31 de janeiro de 2010

O tempo acaba o ano, o mês e a hora


O tempo acaba o ano, o mês e a hora,
A força, a arte, a manha, a fortaleza;
O tempo acaba a fama e a riqueza,
O tempo o mesmo tempo de si chora;

O tempo busca e acaba o onde mora
Qualquer ingratidão, qualquer dureza;
Mas não pode acabar minha tristeza,
Enquanto não quiserdes vós, Senhora.

O tempo o claro dia torna escuro
E o mais ledo prazer em choro triste;
O tempo, a tempestade em grão bonança.

Mas de abrandar o tempo estou seguro
O peito de diamante, onde consiste
A pena e o prazer desta esperança.

Luís de Camões

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ariane


Ariane é um navio.
Tem mastros, velas e bandeira à proa,
E chegou num dia branco, frio,
A este rio Tejo de Lisboa.

Carregado de Sonho, fundeou
Dentro da claridade destas grades...
Cisne de todos, que se foi, voltou
Só para os olhos de quem tem saudades...

Foram duas fragatas ver quem era
Um tal milagre assim: era um navio
Que se balança ali à minha espera
Entre as gaivotas que se dão no rio.

Mas eu é que não pude ainda por meus passos
Sair desta prisão em corpo inteiro,
E levantar âncora, e cair nos braços
De Ariane, o veleiro.

MIGUEL TORGA Prisão do Aljube - Lisboa, 1 Jan 1940

sábado, 23 de janeiro de 2010

Paraíso


Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.

Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!

Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...

Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.

David Mourão-Ferreira

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Poema


O poema não é o canto
que do grilo para a rosa cresce.
O poema é o grilo
é a rosa
e é aquilo que cresce.

É o pensamento que exclui
uma determinação
na fonte donde ele flui
e naquilo que descreve.
O poema é o que no homem
para lá do homem se atreve.

Os acontecimentos são pedras
e a poesia transcendê-las
na já longínqua noção
de descrevê-las.

E essa própria noção é só
uma saudade que se desvanece
na poesia. Pura intenção
de cantar o que não conhece.

Natália Correia, in "Poemas (1955)"

domingo, 17 de janeiro de 2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Olhando o mar, sonho sem ter de quê


Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?

Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.

As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.

Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.

Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?

Fernando Pessoa

sábado, 9 de janeiro de 2010

Inauguração do Departamento de Oceanografia e Pescas











Universidade dos Açores: Doutoramento "Honoris causa" para professor Mário Ruivo

Atribuindo as insígnias de Doutor Honoris Causa ao biólogo português, Professor Mário Ruivo, a Universidade dos Açores vai prestar, na cidade da Horta, uma homenagem a um verdadeiro pilar da afirmação portuguesa e açoriana no mundo das ciências do mar e da investigação científica.
A Universidade dos Açores vai atribuir no dia 8 de Janeiro as insígnias de Doutor Honoris Causa ao Doutor Mário Ruivo, considerado um pilar das ciências do Mar e da investigação marinha em Portugal.
Nesta homenagem nacional ao Professor Mário Ruivo vão estar praticamente todos os reitores das universidades portuguesas e o Dr. Mário Soares, além de outras individualidades nacionais.
Ricardo Serrão Santos, director do Departamento de Oceanografia e Pescas, disse ao Correio dos Açores que, além de pilar das ciências do mar e da investigação científica em Portugal, o Professor Mário Ruivo foi sempre um convicto defensor das questões de desenvolvimento e projecção dos ciências do mar através dos Açores.
De cima dos seus mais de 80 anos, Mário Ruivo tem um trabalho relevante desenvolvido na FAO, nas Nações Unidas e na UNESCO. Foi sempre um pilar da projecção nacional em questões do mar e da investigação marinha, reafirmou Ricardo Serrão Santos.
A cerimónia de entrega das insígnias de Doutor Honoris Causa vai iniciar-se pelas 11h00 do dia 8 de Janeiro com um cortejo académico da sociedade Amor da Pátria para o Teatro Faialense, onde, depois, o Reitor da Universidade dos Açores, Avelino Menezes, fará a intervenção solene.
O Laudatio vai ser proferido pelo Dr. Mário Soares a que se seguirá a imposição propriamente dita das insígnias. Após o discurso do Doutor Mário Ruivo, a cerimónia encerra com um cortejo académico, agora de regresso à Sociedade Amor da Pátria.
No dia seguinte, pelas 15h30, vai proceder-se à cerimónia de inauguração das novas instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas (antigo hospital Walter Bensaúde).
Duas horas depois realiza-se a sessão solene comemorativa do 34º aniversário da Universidade dos Açores.
A oração de sapiência, intitulada A influência da Oscilação do Atlântico Norte (OAN) na Variabilidade Climática Inter-anual do Oceano Atlântico Nordeste, vai ser proferida pela Doutora Ana Maria de Pinho Ferreira Silva Fernandes Martins, do Departamento de Oceanografia e Pescas.
Na intervenção que, habitualmente, faz nesta sessão solene, o reitor da Universidade dos Açores, aborda questões relativas às carências do estabelecimento de ensino superior da Região.

Doutor Honoris Causa

O Professor Mário Ruivo, que tomou posse como Presidente do CNADS no dia 28 de Novembro de 1997, tem visto o seu mandato sucessivamente renovado.
É, por formação, biólogo (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 1950), especializou-se em Oceanografia Biológica e Gestão dos Recursos Vivos Marinhos (Universidade de Paris Sorbonne, Laboratoire Arago: 1951-54).
Foi Director da Divisão dos Recursos e Ambiente Aquático da FAO (1961-74), tendo participado na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano (Estocolmo, 1972). Secretário da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO (1980-89) e Professor Catedrático Convidado da Universidade do Porto/ICBAS (Curso de Política e Gestão do Oceano).
É, actualmente, Presidente do Conselho Científico das Ciências do Mar e do Ambiente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e Presidente do Comité Português para a COI/MNE, tendo sido eleito Vice-Presidente daquele organismo intergovernamental (COI/UNESCO), em 2003. Foi membro da Comissão Estratégica dos Oceanos, criada na dependência do Primeiro-Ministro do XV Governo Constitucional.

FAO e UNESCO

O governo português já o atribuiu as condecorações de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique; Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada: e Grã-Cruz da Ordem do Mérito . Recebeu das mãos do Presidente da República do Brasil em Outubro de 1998 a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 1997 recebeu o Açor de Cristal atribuído pela Mostra Atlântica de Televisão - MAT97.
Exerceu inúmeros outros cargos e funções relevantes no governo português, tendo sido Secretário de Estado das Pescas e Ministro dos Negócios Estrangeiros no período 1974/1975. Chefe da Delegação Portuguesa à Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar no período 1974/1978. Presidente da Comissão Nacional da FAO de 1974 a 1980. Director-geral da Investigação e da Protecção dos Recursos do Meio Aquático (Ministério da Agricultura e Pescas no período 1974/1979). Secretário da Comissão Oceanográfica Intergovernamental - COI, da UNESCO no período 1980/1988.
Conselheiro Consultivo da EXPO98 Os Oceanos - Um Património para o Futuro. Membro e Coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos de 1995 a 1998. Além de numerosas publicações científicas no campo da oceanografia biológica e gestão de pesca, é autor de estudos, ensaios e artigos sobre política e gestão dos oceanos, ciência, sociedade e ética, aspectos institucionais da cooperação internacional em assuntos do mar e ambiente.

Autor: João Paz

notícia retirada daqui

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Departamento de Oceanografia e Pescas




34º Aniversário da Universidade dos Açores
No próximo dia 9 de Janeiro de 2010 a Universidade dos Açores comemorará o seu 34º aniversário.
Desta vez, o aniversário será comemorado na Horta, com uma Sessão Solene às 17h30, no Teatro Faialense, presidida pelo Magnífico Reitor, Prof. Doutor Avelino de Meneses, e em que a Oração de Sapiência, sobre o tema "A Influência da Oscilação do Atlântico Norte (OAN) na Variabilidade Climática Inter-Anual do Oceano Atlântico Nordeste", estará a cargo da Doutora Ana Martins, investigadora do Departamento de Oceanografia e Pescas.

Ainda no dia 9 de Janeiro, pelas 15h30, terá lugar a cerimónia de inauguração das Novas Instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas, resultantes da remodelação do antigo Hospital Walter Bensaúde. O acto é particularmente simbólico porque comprova o desenvolvimento incessante da Universidade dos Açores e confirma a tripolaridade como modelo de organização universitária mais adequado à realidade arquipelágica.

Pelas 16h30, no mesmo local, as Universidades dos Açores e de Coimbra procederão à asssinatura de uma adenda ao protocolo do Ciclo Básico de Medicina, que acresce a duração daquele curso para 3 anos na universidade açoriana.

Aproveitando as comemorações deste 34º aniversário, a Universidade dos Açores organizará, no dia 8 de Janeiro, pelas 11h00, no Teatro Faialense, a cerimónia de outorga das insígnias de Doutor Honoris Causa ao Doutor Mário Ruivo, reputado investigador na área das Ciências do Mar, que será apadrinhado pelo Doutor Mário Soares, ex-Presidente da República Portuguesa e da Comissão Internacional Independente dos Oceanos.

À semelhança do ocorrido em anos anteriores, realizar-se-á ainda uma reunião plenária do Conselho de Reitores das Universidade Portuguesas, que decorrerá na sala de reuniões do Hotel do Canal, pelas 15h00 do dia 8 de Janeiro.

Todos os eventos estarão abertos ao público em geral, à excepção da reunião do CRUP.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Jardim Público ou Jardim Florêncio Terra






Construção do início do século XIX, onde outrora se encontrava o convento de S. João.
Sofreu algumas alterações ao longo da sua existência. Recordo-o com altos muros e portões de ferro verdes que eram encerrados, ao fim da tarde, pelo jardineiro que permanecia todo o dia no local, ocupando-se da manutenção e embelezamento do mesmo.
Na década de sessenta, esses muros foram derrubados e o Jardim passou a estar permanentemente aberto.
Era um dos miradouros da cidade, bem como o Largo do Relógio, onde turistas, pintores e outros se deliciavam nas longas tardes de Verão, observando o Pico, o canal, a baía ... e registando nas suas telas ou objectivas as mil e uma cores com que somos brindados.
Nas noites quentes de Verão, a Filarmónica Artista Faialense ensaiava no coreto e então os serões eram mais animados e prolongados para a rapaziada dos bairros (Bairro do Hospital e Bairro Moreira de Carvalho ou da Polícia) que se juntava e brincava.
Hoje, o Jardim Florêncio Terra é um jardim triste. Muitas das espécies desapareceram, ou porque envelheceram, ou porque é mais bonito plantar palmeiras ( que não dão sombra e nada tem a ver com a nossa vegetação endémica).
A rapaziada desapareceu, passa o dia na escola ou em outras actividades que não havia no meu tempo de menina e moça.
O miradouro tornou-se mais pobre, as construções com volumetria desmedida para o espaço abafaram a baía, o canal. Os turistas continuam a passar, mas com um passo mais largo.

Torre do Relógio

A primitiva Igreja do SS.º Salvador da Horta é aberta ao culto em 28 de Junho de 1514. Foi saqueada e incendiada pelos corsários ingleses em 1597. Iníciou-se a sua reconstrução em 1607. É reaberta ao culto a 20 de Dezembro de 1615. Torre do Relógio, torre sineira seicentista adicionada à primitiva Igreja Matriz, com um relógio datado de 1700. Constitui um dos ex-libris da cidade. Junto fica o Jardim Florêncio Terra, local onde existiu o Convento de São João. No Antigo Hospital Walter Bensaúde, que pertenceu à Santa Casa da Misericórdia, será as futuras instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas (sigla DOP) da Universidade dos Açores (sigla UAç).

retirado daqui

domingo, 3 de janeiro de 2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

2010 Ano Internacional da Biodiversidade

Biodiversidade
A biodiversidade engloba a variedade de genes, espécies e ecossistemas que constituem a vida no planeta. Assiste-se a uma perda constante deste conjunto, com extinções e destruições com profundas consequências para o mundo natural e o bem-estar humano.

As principais causas são as alterações nos habitats naturais, resultantes dos sistemas intensivos de produção agrícola, da construção, da exploração de pedreiras, da sobrexploração das florestas, oceanos, rios, lagos e solos, da introdução de espécies alóctones invasivas, da poluição e, cada vez mais, das alterações climáticas globais. Vários estudos recentes da AEA mostram que se não forem envidados mais esforços políticos significativos, é improvável que esse objectivo será atingido.

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

1 de Janeiro de 2010


O Pico apresentou-se, pela manhã, vestido a rigor para nos saudar.